Arábia Saudita reduzirá drasticamente a produção de petróleo em tentativa de aumentar os preços
LarLar > blog > Arábia Saudita reduzirá drasticamente a produção de petróleo em tentativa de aumentar os preços

Arábia Saudita reduzirá drasticamente a produção de petróleo em tentativa de aumentar os preços

Sep 09, 2023

VIENA, Áustria (AFP) - A Arábia Saudita anunciou neste domingo um novo corte na produção de petróleo após uma reunião dos principais produtores com o objetivo de sustentar os preços, apesar dos temores de uma recessão.

A reunião viu duras negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderada pela Arábia Saudita, mais conhecida como OPEP, e a ampla gama de produtores de petróleo alinhados liderados pela Rússia e conhecidos como OPEP+.

O novo corte de um milhão de barris por dia da Arábia Saudita é para julho, mas "prorrogável", disse o ministro da Energia, príncipe Abdulaziz bin Salman, a repórteres após uma reunião de uma hora da Opep+ na sede do grupo em Viena.

Os analistas esperavam que os produtores da Opep + mantivessem sua política atual, mas surgiram sinais neste fim de semana de que os 23 países estavam considerando cortes mais profundos.

Em abril, vários membros da Opep+ concordaram em cortar a produção voluntariamente em mais de um milhão de barris por dia – uma medida surpreendente que reforçou brevemente os preços, mas não conseguiu mantê-los.

Os produtores de petróleo estão enfrentando a queda dos preços e a alta volatilidade do mercado em meio à invasão russa da Ucrânia, que abalou as economias em todo o mundo.

Os preços do petróleo caíram cerca de 10 por cento desde que os cortes de abril foram anunciados, com o petróleo Brent caindo perto de US$ 70 o barril, um nível abaixo do qual não é negociado desde dezembro de 2021.

Os traders temem que a demanda caia, com preocupações sobre a saúde da economia global, à medida que os Estados Unidos lutam contra a inflação e as taxas de juros mais altas, enquanto a recuperação pós-COVID da China vacila.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse que os atuais cortes na produção foram estendidos até o final de 2024, depois de examinar o assunto "por um longo tempo".

De acordo com uma tabela da OPEP+ dos níveis de produção necessários para o próximo ano, os Emirados Árabes Unidos poderão bombear mais do que atualmente, enquanto vários países, incluindo Angola, República do Congo e Nigéria, tiveram suas cotas cortadas.

A agência de notícias Bloomberg informou que os países africanos relutaram em abrir mão de algumas de suas cotas, apesar de não cumpri-las.

"Temos um acordo com o qual todos estão satisfeitos", insistiu o ministro dos hidrocarbonetos da República do Congo, Bruno Jean-Richard Itoua, após a reunião.

A reunião de domingo também está sendo acompanhada de perto, já que a Rússia deseja manter sua produção, enquanto a Arábia Saudita quer aumentar os preços para equilibrar seu orçamento, segundo analistas.

"Eles mostraram novamente que trabalham juntos... No final das contas, é sobre o que eles concordam", disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo, acrescentando que "o importante é mostrar união".

A Rússia depende das receitas do petróleo com a guerra na Ucrânia se arrastando e as sanções ocidentais atingindo sua economia, e tem enviado petróleo para a Índia e a China enquanto os gigantes asiáticos absorvem o petróleo barato.

Por outro lado, o preço de equilíbrio da Arábia Saudita está atualmente "em bons US$ 80 por barril", segundo analistas do Commerzbank.

Em março de 2020, a aliança foi levada à beira do colapso quando Moscou se recusou a cortar a produção de petróleo, mesmo com a pandemia de COVID-19 levando os preços à queda livre.

Após o fracasso das negociações, Riad inundou o mercado ao aumentar as exportações para níveis recordes antes que os dois países chegassem a um acordo.

Questionado se houve discordância com a Arábia Saudita neste fim de semana, Novak disse: "Não, não tivemos divergências, é uma decisão comum."

Analistas disseram que os preços do petróleo devem subir no curto prazo após a mudança de Riad.

"O ponto de interrogação é o lado da demanda da equação do petróleo. Se a pressão inflacionária prolongada levar a uma revisão para baixo na demanda global de petróleo, o corte na oferta pode ser neutralizado", alertou Tamas Varga, analista da PVM Energy.

Os países da OPEP+ produzem cerca de 60% do petróleo mundial. A próxima reunião do grupo está marcada para o dia 26 de novembro.

Você confia no The Times of Israel para notícias precisas e perspicazes sobre Israel e o mundo judaico? Se sim, junte-se